SEXUALIDADE E REPRESSÃO NO BRASIL COLONIAL (Séc. XVI): a morfologia dos atos e a homossexualidade sob a perspectiva da Companhia de Jesus.

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Data
2024-09-09
Autores
CARVALHO, LAYANE DE OLIVEIRA
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Resumo
O presente trabalho pretende investigar a normatização da sexualidade desenvolvida pela moral cristã e imposta no Brasil sob os domínios da Igreja Católica durante o processo de colonização. Possuidor de um expressivo poder simbólico, o cristianismo estabeleceu ordens político-sociais que reverberam a contemporaneidade e que impactaram aspectos como o modelo familiar e a sexualidade adequada, determinando o que é normal e anormal, moral e imoral, a raiz de ódios e preconceitos que são ainda uma força vigente na sociedade brasileira. Em vista disso, almejamos pesquisar a relação entre o cristianismo, a colonização e a sexualidade no Brasil colônia, com ênfase na sodomia - enquanto termo que se refere às relações homossexuais, e os mecanismos de controle do uso do corpo que foram estendidos da Metrópole portuguesa para a sociedade colonial. Para tanto, nos debruçamos sobre o contexto histórico da homossexualidade no ocidente, perpassando pela pederastia nas antigas Grécia e Roma e nos aprofundando sobre o invento do sodomita: o pecador homossexual, que ofende a Deus e toda a sua criação. Com base nisso, analisamos documentações produzidas no primeiro século da colonização (séc. XVI): relatos e correspondências jesuíticas, registros de viajantes e fontes inquisitoriais - confissões e denúncias dos processos relativos à visitação do Santo Ofício à Bahia em 1591. A partir disso, foi possível ter acesso a informações indeléveis sobre a atuação religiosa na vida íntima e privada dos colonos e colonizados, que revelam os amores e práticas sexuais proibidos, os casamentos e adultérios e, principalmente, as relações homoeróticas das quais homens e mulheres de todas as classes sociais foram praticantes.
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