O presente artigo coloca em questão o documento fílmico com o objetivo de explorar suas possibilidades para o ensino de história a partir da análise qualitativa da cinebiografia produzida por Sílvio Tendler, Mariguella, Retrato falado do guerrilheiro (2001), seguido de uma revisão bibliográfica das relações entre ensino de história e cinema, dando ênfase sobre produções acerca do período do Regime civil-militar brasileiro (1964-9185). Os resultados da pesquisa levaram a concluir que os documentários podem atuar como recurso pedagógico para instrução das novas gerações acerca do passado recente através do uso instrumental da memória que está sendo constantemente oportunizada, ressignificada e atualizada (Tomaim, 2019) ao explorarem os sentimentos e ressentimentos políticos especialmente dos grupos sociais que foram vítimas diretas desse longo processo. Por fim, respondendo a problemática inicial da pesquisa, a linguagem fílmica, em especial os documentários, podem também servir para a análise dos resquícios da ditadura nos dias atuais, algo muito presente nas críticas sociais das narrativas propostas pelo cinema (Monteiro, 2023).
