BIODIVERSIDADE DE AMEBAS TESTÁCEAS (AMORPHEA, AMOEBOZOA) NO RESERVATÓRIO DE ESTREITO, ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL
BIODIVERSIDADE DE AMEBAS TESTÁCEAS (AMORPHEA, AMOEBOZOA) NO RESERVATÓRIO DE ESTREITO, ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL
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Data
2025-08-19
Autores
MOURA, GABRIELA NASCIMENTO
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Resumo
Este trabalho teve como objetivo avaliar a biodiversidade de amebas testáceas (Amorphea, Amoebozoa) no reservatório de Estreito, situado na região de transição entre os biomas Cerrado e Amazônia, no estado do Maranhão, Brasil. As amebas testáceas são protozoários de vida livre que constroem carapaças e têm potencial como bioindicadores ambientais, pois suas comunidades respondem rapidamente a variações nos parâmetros físicoquímicos da água. A pesquisa foi desenvolvida com base em coletas realizadas entre os anos de 2022 e 2025, em diferentes períodos sazonais (chuvoso e seco), com amostragens em seis pontos distribuídos ao longo do reservatório. As amostras foram analisadas no Laboratório de Ecologia e Limnologia da UEMASUL, utilizando microscopia estereoscópica e técnicas padronizadas de identificação morfológica. Foram identificados nove gêneros, entre eles Difflugia, Centropyxis, Lesquereusia e Arcella, com destaque para a recorrência do gênero Difflugia em todas as campanhas. Os índices ecológicos aplicados (riqueza, abundância, diversidade de Shannon-Wiener e equabilidade de Pielou) indicaram variação significativa entre as coletas, com maior diversidade observada em 2023 e declínio acentuado
em 2025. O agrupamento Two-Way revelou padrões espaciais e temporais consistentes na distribuição das espécies, com concentração de diversidade nas porções fluviais e de transição. A ausência de alguns gêneros em coletas recentes pode estar associada a alterações na qualidade da água e à influência de fatores antrópicos, como atividades agrícolas e mudanças na dinâmica do reservatório. Os resultados ressaltam a importância de estudos sobre protistas pouco conhecidos, como as amebas testáceas, para o monitoramento ambiental de ecossistemas aquáticos, especialmente em regiões tropicais com alta vulnerabilidade ecológica e a pesquisa contribui para preencher lacunas na literatura sobre o grupo no Brasil.